FADAS
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As fadas são o meio pelo qual a alegria é transmitida dentro de um sistema ou de um ser físico. Sua alegria clara e cintilante é intensa e espontânea.
Embora as fadas prefiram ficar ao ar livre, entram quando convidadas. Gostam de áreas de beleza, como coleções de cristais, fontes de mesa, altares e plantas.
Contudo,
as fadas tendem a cair no sono se elas - ou a área bonita - não forem frequentemente
notadas. Ao tirar o pó de seu altar, vocês as despertam!
É realmente bem difícil descrever
a aparência de uma fada, pois elas vivem em um mundo paralelo ao nosso e
segundo algumas pessoas que já as viram, dizem que para poder notar sua
presença, temos que silenciar a mente, pois elas aproximam-se como uma suave
melodia, ou mesmo um pequeno murmúrio.
Outra forma de percebê-las é quando de repente nos sentimos envolvidos com um doce perfume com uma fragrância indescritível.
Mas estas qualidades comuns ao mundo angelical podem confundir-nos e não saberemos discernir se estamos na presença de um anjo ou de uma fada. Só quando visualizamos a sua forma é que podemos diferenciá-los, dados que os primeiros adotam formas mais leves, mas apresentam-se com vestimentas mais corpóreas.
No caso das fadas, suas vestes possuem um grande diferencial: apresentam-se sempre ataviadas e cobertas por gases ou musselinas, quase transparentes com cores translúcidas, ocupando espaços fluídicos e seus graciosos corpos são esbeltos e femininos, possuem mãos alongadas, pés pequenos, tronco estilizado, cabelo com cor de arco-íris, que caem cobertos por véus transparentes. Algumas delas têm a cabeça coberta com uma touca cônica, muito parecida com a dos magos e como eles também utilizam varas mágicas com as quais produzem seus fenômenos.
Entretanto, a matéria da qual as fadas provêm é sutil e etérea, translúcida. Seu corpo é fluídico e pode se moldar com a força do pensamento. Sendo assim, a aparência dos seres feéricos, refletirá com frequência as ideias pré-concebidas que deles já tenhamos.
Em virtude da natureza de sua estrutura corpórea, a fada pode também variar seu tamanho.
Teosóficos que estudam este tema, afirmam que a função das fadas é absorver "PRANA", na vitalidade do sol e distribuí-la em nosso plano físico.
Desde os primórdios da civilização, segundo nos contam livros muito antigos, as pessoas estavam mais em contato com a natureza e seus fenômenos, essas fantásticas "presenças" faziam parte da vida cotidiana, instaladas nos bosques, nos arroios, na cozinha, na cabeceira da cama das crianças doentes, etc. Depois que o homem trocou o campo pela turbulência dos grandes centros urbanos, elas deixaram de ser ouvidas.
Popularmente, se crê que as fadas
e o resto do Povo Pequeno remontam dos tempos mais antigos da Terra, quando
ainda estavam em formação os montes e os oceanos e não havia ainda surgido o
primeiro "homo sapiens". Viviam em um lugar determinado do planeta,
mas não tardaram a se estenderem por regiões mais longínquas, ao mesmo tempo em
que se iam formando as montanhas, os mares e os rios, e aparecia o homem
primitivo.
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Na Irlanda, existiu a crença de que as fadas seriam anjos caídos, que foram expulsos do céu pelo Senhor Deus, em virtude de seu orgulho pecaminoso. Alguns caíram no mar, outros em terra firme e os que sobraram no mais profundo do inferno. Esses últimos, receberam do diabo o conhecimento, poder e os envia para a terra, onde trabalham para o mal. Entretanto, as fadas da terra e do mar seriam em sua maioria seres belos e bondosos, que não causam nenhum dano, se as deixarem em paz e lhe permitirem dançar em seus anéis feéricos a luz da lua com sua doce música, sem ser molestadas com a presença dos mortais.
Há uma outra versão irlandesa que conta que na época do Paraíso Terrestre, Eva estava lavando seus filhos nas margens de um rio, quando Yahvé veio lhe falar. Assustada escondeu os filhos que ainda não havia lavado, e Yahvé lhe perguntou se estavam ali todos os seus filhos, e ela respondeu que sim. Como não se convenceu da resposta, advertiu a Eva que aqueles que ela havia ocultado permaneceriam ocultos do homem também. Essas crianças se converteram em elfos e fadas, e nos países escandinavos são denominados raça "huldre". As jovens huldre são muito belas, mas apresentam rabos de vacas unidos aos seus corpos.
Os escandinavos contam ainda, em uma versão mitológica, que foram os vermes que surgiram do corpo em decomposição do gigante Ymir, que se converteram em: elfos claros, elfinas e elfos escuros. O verme é símbolo de vida que nasce da podridão. É ainda, símbolo da transição da terra para luz, da morte para a vida, do estado larvar para o voo espiritual.
Em um período pré-cristão, existiu também, a crença que as fadas seriam os espíritos dos mortos. Já na era cristã, se afirmava que as fadas eram anjos caídos ou então almas pagãs que não estavam aptas para subir aos céus, nem descer ao inferno. Por isso, ficaram destinadas a passar toda a eternidade nas escuras regiões de um "reino intermediário", a nossa Terra.
Acreditava-se
ainda em Cornualles, uma região inglesa, que as almas das crianças mortas sem
batismo, tornavam-se "PISKIES" (duendes) e apareciam no crepúsculo na
forma de pequenas mariposas noturnas brancas. Os duendes "KNOCKER",
das minas de estanho também eram considerados almas de mortos, mas nesse caso,
eram os judeus que haviam sido transportados para lá por sua participação na
Crucificação.
Todo o norte da Europa possui um rico conhecimento sobre as fadas, assim como as Ilhas Britânicas e de igual maneira, não são ignoradas na Alemanha, já que ali são conhecidas pelo nome de Norns, fiandeiras ao estilo das Parcas gregas. Na França encontramos a Dame Abonde, uma fada, cujo o próprio nome já invoca a abundância. Na Itália é venerada como Abundita, uma Deusa da Agricultura.
Em terra
romana ainda, é muito conhecida à figura mítica da fada Befana, cuja função é
estabelecer uma ligação das famílias atuais com seus antepassados, com uma
troca de presentes. Ocupa, portanto a função de uma educadora-pedagoga que
recompensa ou pune as crianças na época natalina.
Befana é
a Grande Avó que preside várias fases de desenvolvimento das crianças. A
"meia natalina" que todos nós, mesmo aqui no Hemisfério Sul,
penduramos nas portas ou lareiras, não é só um lugar para depósito de
presentes, mas tem o poder de invocar Befana, que tal como Frau Holda e Berchta
visita às casas no período do Natal, recompensando todo aquele menino ou menina
que foi bem comportado durante todo aquele ano.
Conforme a tradição mítica, Befana chega voando em uma vassoura, intensificando sua associação com as plantas e os animais, que antigamente eram considerados sagrados e muito utilizados como totens. Befana voa do Reino das Fadas, para trazer presentes e alegria ao mundo dos homens.
O certo é que todas as culturas e todos os povos primitivos adoravam os velhos espíritos da natureza, suscitados pelo animismo (crença religiosa que considera todo o ver vivo e todo o objeto possui um espírito ou força interior), que mais tarde deram nascimento, entre os babilônios e gregos, às deidades terrestres e aquáticas, com toda uma sofisticada genealogia de Deuses. Muitas foram as teorias que se formaram sobre a possível etimologia das fadas, fazendo-as descender de antigas divindades celtas (Deusa Danann) ou de Dianas romanas.
Na realidade, no entanto, tanto sua origem como suas possíveis etimologias, se perdem na noite dos tempos ao se tratar de seres que iam se adaptando às circunstâncias das épocas, pois nem sempre se chamaram fadas, nem ninfas, nem lâmias, nem elfos..., porém eles permanecem no meio de nós, com diversas aparências e revestidos de numerosos nomes.
Já dizia o inglês William Shakespeare, que há mais coisas nesta terra do que alcança a nossa precária percepção. Carl Jung complementa, ao afirmar que existe e sempre existiu, um realismo mágico contraposto a todo o mundo real.
É justamente através da dualidade destes opostos, é que se estabelece uma função reguladora. Se o ser humano não oscilar entre estas oposições, o espírito morrerá.
Entre o real e o mágico existe uma espécie de fluidez intemporal que se rege pelo inconsciente coletivo. O realismo mágico descrito por Jung, é regido por uma fonte que nos é mundo familiar e transcende a um mundo de contrastes entre os opostos. Isto é, toda a magia se nutre dos conteúdos do consciente coletivo, da nossa "memória ancestral". É através desta memória que ocorre a inversão do tempo.
A
tradição celta possuía uma percepção admirável da maneira como o tempo eterno
está entrelaçado com o nosso tempo humano. Existe uma história de Oisín, que
era um dos Fianna, um grupo de guerreiros celtas, que sentiu uma grande vontade
de aventurar-se a chamada Tír na n-óg, a Terra da Eterna Juventude, onde vivia
o povo encantado.
Chegando ao seu destino, durante muito tempo viveu feliz com sua mulher Niamh Cinn Oir, conhecida como Niamh dos cabelos dourados. O tempo pareceu voar, por ser um tempo de grande felicidade. Mas um dia, a saudade de sua vida antiga passou a atormentá-lo. Tinha agora, curiosidade de saber como estavam os Fianna e o que estaria ocorrendo na Irlanda.
O povo
encantado o desaconselhou, porque sabiam, que sendo ele um antigo habitante do
tempo mortal linear, ele correria o risco de se perder ali para sempre. Apesar
disso, ele resolveu voltar. Deram-lhe um belo cavalo branco e disseram-lhe para
que nunca o desmontasse. Se o fizesse, estaria perdido.
Ele montou e seguiu até a Irlanda, mas chegando lá soube que os Fianna já tinham desaparecido. Ele consolou-se visitando as antigas áreas de caça e os locais onde junto com seus companheiros, haviam banqueteado, cantado, narrado velhas histórias e realizado grandes festas de bravura. Neste ínterim, o cristianismo já tinha chegado a Irlanda.
Ele montou e seguiu até a Irlanda, mas chegando lá soube que os Fianna já tinham desaparecido. Ele consolou-se visitando as antigas áreas de caça e os locais onde junto com seus companheiros, haviam banqueteado, cantado, narrado velhas histórias e realizado grandes festas de bravura. Neste ínterim, o cristianismo já tinha chegado a Irlanda.
Enquanto passeava, rememorando seu passado, avistou um grupo de homens que não conseguiam erguer uma grande pedra para construir uma igreja. Sendo um guerreiro, ele possuía uma força extraordinária e, então, desejou ajudá-los, mas não se atrevia a desmontar do cavalo.
Ele observou-os de longe e depois se aproximou. Não conseguia mais resistir. Tirou o pé do estribo e enfiou-o por debaixo da pedra, a fim de erguê-la, mas assim que o fez, a cilha rompeu-se, a sela virou, e Oisín chocou-se com o solo. No exato momento em que tocou a terra da Irlanda, tornou-se um velho débil e enrugado.
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Esta é uma excelente história para mostrar a coexistência dos dois níveis do tempo. Se ultrapassasse o limiar que as fadas observaram entre estes dois níveis de tempo, terminava-se enredado no tempo mortal linear. O destino do homem neste tempo é a morte. Já no tempo eterno é a presença ininterrupta.
Todos os
contos de fadas celtas sugerem uma região da alma que é habitada pelo eterno.
Existe uma região eterna em nosso íntimo, onde não estamos sujeitos às devastações
do tempo atual.
Tudo o que vivemos, experimentamos ou herdamos, fica armazenado no templo de nossa memória. Sempre que nos aprouver, podemos regressar e passear pelas salas desse templo para despertar e reintegrar tudo que já nos aconteceu. Será esta reflexão que irá conferir profundidade a todas as nossas experiências.
Hoje, início do terceiro milênio, com um mundo globalizado, com nações mais preocupadas em garantir seu poderio político-econômico, muito pouca atenção se dá a este tipo de memória. A verdadeira experiência fantástica difere dessa visão genérica do imaginário das fadas composta por uma literatura sentimentalista com eternos finais felizes. Esse mundo do "Era uma vez..." que todos conhecemos, não é verdadeiro mundo das fadas.
As fadas reais representam o "Poder", um poder incompreensível para os humanos, pois elas são criaturas com valores e ética muito distantes do gênero humano: não pensam e, o que lhe é mais singular, não sentem como os humanos. Essa é a essência que as separa dos mortais e a origem da grande parte da inquietude que causam, porque as fadas são em si criaturas da matéria prima da vida.
O reino das fadas é um mundo de misterioso encanto, de cativadora beleza, de malícia, de humor, júbilo e inspiração, de terror, de riso, amor e tragédia. Todavia, é um mundo para ser penetrado com extrema cautela!
ORAÇÃO DE FORÇA E
MAGIA PARA A GRANDE MÃE
Que eu tenha hoje e a cada dia,
A força dos Céus,
A luz do Sol
O resplendor do Fogo,
O brilho da Lua,
A presteza do Vento,
A profundidade do Mar,
A estabilidade da Terra,
A firmeza da Rocha.
Que assim seja! E assim se faça!
Que assim seja! E assim se faça!
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